Na semana passada, uma notícia veiculada pela Folha de S.Paulo me deixou muito feliz. Uma família conseguiu na Justiça que o Sistema Único de Saúde (SUS) coletasse e armazenasse células-tronco do cordão umbilical de uma menininha que havia acabado de nascer no interior de São Paulo.
A irmã do bebê, de 8 anos, tem leucemia desde o ano passado. Ela passou por quimioterapia, mas ainda não se sabe se o procedimento trará resultados positivos. Por isso, a família, que não tinha condições financeiras pra bancar a coleta (que sai por meros US$ 4,3 mil), comemorou a decisão da Justiça.
O fato é que, diante dessa notícia, o meu pensamento foi: ainda podemos fazer Justiça nesse mundo doido.
Pois bem... Hoje, estou fazendo a minha ronda matinal e mal humorada nos jornais de São Paulo, às 7h, quando me deparo com outra notícia sobre o caso, dessa vez muito triste. Um exame feito pelo laboratório que coletou as células do bebê apontou que elas não são compatíveis com as da irmã.
Tentei imaginar a dor da mãe, que deve ter passado os nove meses de gestação da filha mais nova ansiosa e feliz, imaginando que ela poderia salvar a vida da irmã. Tentei imaginar o desapontamento da menina, que com certeza estava cheia de esperanças com a chegada daquele bebê que parecia trazer a cura pra sua doença.
Tentei, mas não consegui. Porque as minhas preocupações cotidianas, que variam entre aumentar o limite do meu cartão de crédito e tentar me livrar de trabalhar às 6h every fucking day, são tão pequenas perto disso tudo. Assim como não consigo imaginar o sofrimento pelo qual minha amiga cuja mãe sofreu uma esquemia cerebral está passando. Não posso. Estou limitada às minhas mediocridades.
Definitivamente, não importa o quanto a gente tente: não há Justiça nesse mundo.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
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